em falta
como o vazio
no estômago
sem fome
sem graça
e dura e engana
e diz que passa
e fragmenta a imagem
e o tempo
desgasta
a saudade fantasia
a distância
numa cena que repete
tonta
e o tempo
vira farsa
a saudade cria um eco
e engasga
cria um duelo do espaço
do que vejo
com o que dista
e o tempo
passa
tem um assunto que autoriza
a manter com o invisível
num diálogo que retorna
um almeja um aguarda
um distorce vira e volta
e sobra uma pergunta
no silêncio
descontínuo
não se basta
quanto mesmo você calça?